Toninhas sob uma nova ótica

logo toninhas

Nos últimos 40 anos as principais investigações sobre ecologia e história de vida da toninha, Pontoporia blainvillei (Mammalia, Cetartiodactyla), foram baseadas em dados coletados de exemplares mortos oriundos de esforços de monitoramento de praias ou de capturas acidentais efetuadas por frotas pesqueiras que usaram redes de emalhe. Essas investigações foram suficientes para se chegar ao diagnóstico de que a espécie está ameaçada de extinção. Este projeto de pesquisa visa inovar as investigações sobre as toninhas em seu ambiente com o uso de tecnologias modernas acessíveis a investigadores de países em desenvolvimento. Esse estudo será realizado  no litoral norte paulista onde toninhas têm sido comumente avistadas em função do contraste de seu padrão de coloração em relação às características de transparência das águas locais. O objetivo será investigar características sociais e comportamentais de P. blainvillei com uso de veículos aéreos não tripulados (drones), capturando imagens sincronizadas com gravações acústicas efetuadas com uso de hidrofones. Este projeto surgiu após as descobertas efetuadas pela equipe de pesquisadores do LABCMA entre 2012 e 2015 quando da condução de cruzeiros oceanográficos pela costa paulista, com consequente descobrimento de uma área da distribuição das toninhas em que elas podem ser detectadas mais facilmente pelos cientistas. Em 2018 esta proposat de pesquisa foi encaminhada para apoio pela FAPESP, com aprovação em 2019. Em virtude dos desafios impostos pela pandemia, as investigações serão conduzidas em um momento sanitário mais apropriado.

Projetos

Há quatro principais frentes de pesquisa sendo desenvolvidas pelo LABCMA, a saber: Toninhas Sob Nova Ótica, Projeto Atlantis, Bioacústica e Cruzeiros Oceanográficos. Nas abas a seguir encontram-se descrições resumidas de cada uma das frentes de pesquisa. 

Toninhas sob nova ótica

Toninhas sob uma nova ótica

logo toninhas

Nos últimos 40 anos as principais investigações sobre ecologia e história de vida da toninha, Pontoporia blainvillei (Mammalia, Cetartiodactyla), foram baseadas em dados coletados de exemplares mortos oriundos de esforços de monitoramento de praias ou de capturas acidentais efetuadas por frotas pesqueiras que usaram redes de emalhe. Essas investigações foram suficientes para se chegar ao diagnóstico de que a espécie está ameaçada de extinção. Este projeto de pesquisa visa inovar as investigações sobre as toninhas em seu ambiente com o uso de tecnologias modernas acessíveis a investigadores de países em desenvolvimento. Esse estudo será realizado  no litoral norte paulista onde toninhas têm sido comumente avistadas em função do contraste de seu padrão de coloração em relação às características de transparência das águas locais. O objetivo será investigar características sociais e comportamentais de P. blainvillei com uso de veículos aéreos não tripulados (drones), capturando imagens sincronizadas com gravações acústicas efetuadas com uso de hidrofones. Este projeto surgiu após as descobertas efetuadas pela equipe de pesquisadores do LABCMA entre 2012 e 2015 quando da condução de cruzeiros oceanográficos pela costa paulista, com consequente descobrimento de uma área da distribuição das toninhas em que elas podem ser detectadas mais facilmente pelos cientistas. Em 2018 esta proposat de pesquisa foi encaminhada para apoio pela FAPESP, com aprovação em 2019. Em virtude dos desafios impostos pela pandemia, as investigações serão conduzidas em um momento sanitário mais apropriado.

Projeto Atlantis

Projeto Atlantis

 

Desde 1995 é conduzido o Projeto Atlantis do litoral sul do Estado de São Paulo ao litoral norte do Estado do Paraná. Naquele ano, a equipe de pesquisadores detectou que havia uma grande aversão dos moradores locais no que se refere à presença de órgãos governamentais na região. Era costume até o século XXI se criar áreas de conservação sem consultar habitantes locais, muitas vezes expulsando-os de seus lares. Vinculados à Universidade de São Paulo, estudantes de pós-graduação e de graduação tiveram a ideia de criar um veículo que desviasse a atenção dos locais dos órgãos públicos. Estava assim criado o Projeto Atlantis.

O objetivo do Projeto Atlantis é realizar estudos de história de vida e ecologia de cetáceos (popularmente conhecidos como baleias, golfinhos, botos e toninhas) nas águas estuarinas do Lagamar (entre Iguape e Paranaguá), bem como nas águas costeiras locais no sul de São Paulo e no norte do Paraná. Para alcançar os objetivos propostos, diferentes linhas de ação foram e continuam sendo desenvolvidas e aprimoradas:

Eventos de Encalhes

Encalhes de cetáceos são eventos que culminam na presença de baleias e golfinhos à costa, cujas causas podem ter sido de origem natural ou antropogênica, sendo que estes mamíferos podem surgir mortos, morrerem em decorrência do encalhe, ou podem ser encontrados vivos e assim liberados com ou sem a ajuda de humanos.

A Ilha Comprida, município do sul do Estado de São Paulo, apresenta 74km de extensão voltados ao Oceano Atlântico. A praia do Marujá, situada no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, antes da erosão costeira e subdivisão na Enseada da Baleia apresentava 17 km de extensão. A praia Deserta na ilha do Superagui no norte do Estado do Paraná apresenta cerca de 22 km de extensão. Animais mortos como quelônios, aves e mamíferos geralmente são carregados pelas correntes para essas praias, e podem servir de base para a condução de estudos sobre história natural. Entre 1996 e 2018 a equipe de pesquisadores do Projeto Atlantis realizou monitoramentos sistematizados nessas praias, colhendo material biológico de grande valia para muitos estudos que foram reaizados e cientificamente publicados (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"). Entre 2011 e 2015 essa frente de pesquisa foi apoiada pela FAPESP (processo 10/51323-6). Desde 2018 essa frente de investigação não tem sido mais desenvolvida pela equipe de pesquisadores do Projeto Atlantis, que tem optado por dsesenvolver ciência aplicada aos cetáceos vivos. Em 2021 alguns resultados pertinentes a esses esforços de pesquisas passaram a figurar alguns capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural").  

Capturas Acidentais em Operações de Pesca

Por motivos ainda pouco conhecidos, cetáceos não detectam redes de pesca armadas no ambiente aquático com o único intuito de capturar pescado para servir de alimento aos humanos. Emaranhados nas redes, os cetáceos não conseguem respirar com uso de seus pulmões por serem mamíferos ao não alcançar a superfície da água, e consequentemente podem morrer afogados. É necessário mapear a quantificar estes eventos, e esse estudo somente pode ser conduzido com a cooperação dos armadores de pesca. Entre os anos de 2004 e 2007, uma primeira investigação foi realizada com apoio dos armadores de pesca de Cananéia no intuito de mapear e quantificar as capturas acidentais de pequenos cetáceos no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná. Houve apoio do PROBIO, FNMA e CNPq para o desenvolvimento daquele projeto coordenado pela FIOTEC da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro. Aquele esforço de observação foi pioneiro na região, e gerou informações que serviram de base para uma ação de manejo em conjunto com os armadores de pesca. A frota pesqueira voltou a ser monitorada entre 2011 e 2018, em parte por meio de apoio financeiro da FAPESP (processo 10/51323-6). Os esforços coletivos geraram informações inéditas sobre a biologia de boto-cinza, toninhas e golfinhos-pintado-do-Atlântico (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"). Em virtude de ruídos derivados de uma má gestão federal do acompanhamento nacional da pesca costeira, as investigações sobre as capturas acidentais de pequenos cetáceos em operações de pesca foram suspensas em 2018 por tempo indeterminado. Esta foi uma ação de pesquisa pioneira no setor sul do Estado de São Paulo. Em 2021 alguns resultados pertinentes a esses esforços de pesquisas passaram a figurar alguns capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural").  

Fotoidentificação 

Em 1996 foi dado início de forma pioneira à aplicação da técnica de foto-identificação para levantar parâmetros ecológicos do boto-cinza no estuário de Cananéia. A foto-identificação visa identificar indivíduos da população no espaço e no tempo. Com a utilização da referida técnica é possível investir em estudos envolvendo uso de área, abundância, organização social, dentre outros. A área de estudo se expandiu para o Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) em 2006, englobando assim uma extensão de 160 km de linha estuarina costeira de investigação. Com a expansão do estudo para o CEP, a equipe do LABCMA descreveu a existência de mais uma população de toninhas encontrada em estuário. A toninha é uma espécie de cetáceo que atualmente se encontra inserida na categoria de "vulnerável à extinção" nas listas da IUCN e nacional. Os estudos de foto-identificação do boto-cinza foram financiados pela Cetacean Society International, Whale and Dolphin Conservation Society, Earthwatch Institute e FAPESP entre os anos de 1996 e 2019. Esse esforço de longo prazo é fundamental para conhecer e conservar o estoque populacional de uma espécie de longevidade relativamente alta (cerca de 35 a 40 anos) encontrado nas referidas águas estuarinas. Parte considerável deste conhecimento foi compartilhado com a comunidade científica em artigos específicos voltados a esse público (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"), e em 2021 passou a figurar em capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural"). 

As atividades de pesquisa conduzidas pela equipe de pesquisadores do Projeto Atlantis foram suspensas a partir de entre março de 2020 em função da falta de segurança sanitária provocada pela pandemia de Sars-Cov-2. Espera-se retomar em 2022 quando houver segurança sanitária aos pesquisadores e pesquisadoras do Projeto Atlantis.

Bioacústica

Projeto Bioacústica

 

 

Ao longo de sua evolução, cetáceos reconquistaram o ambiente aquático. Os seus ancestrais e os cetáceos arcaicos tinham quatro pares de patas e, em milhões de anos de evolução, abandonaram o ambiente terrestre para passar toda a sua vida em ambiente aquático. Uma das principais mudanças nesta transição, e intimamente relacionada ao sucesso dos cetáceos como os principais mamíferos que conquistaram o ambiente aquático, está no complexo uso do som. Na água, o som se propaga cinco vezes mais rápido do que no ar e serve como veículo para o principal sistema sensorial utilizado pelos cetáceos: a audição. Em virtude desta relevância, aliada ao incremento da poluição sonora gerada pelos humanos em ambientes aquáticos, em 2014 foram iniciados estudos com acústica e cetáceos pelo LABCMA em 2014.

Inicialmente as investigações estiveram concentradas nas avaliações da detecção de cetáceos no litoral norte do Estado de São Paulo, e posteriormente se estenderam ao acoplamento de imagens obtidas por drones e captação de sons emitidos por botos-cinza no estuário de Cananéia, no sul do Estado de São Paulo. Parte deste conhecimento foi compartilhada com a comunidade científica em artigos específicos voltados a esse público (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"), e em 2021 passou a figurar em capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural").

Cruzeiros Oceanográficos
  

Projeto Cruzeiros Oceanográficos

 

 

A biota de cetáceos na costa do Estado de São Paulo passou a ser melhor conhecida na década de 1990 quando três grupos de pesquisa passaram a relatar os dados de encalhes e avistamentos. O Projeto Atlantis, no sul do Estado, o Centro de Estudos sobre Encalhes de Mamíferos Marinhos (CEEMAM) em Santos, e o SOS Mamíferos Marinhos em São Sebastião, litoral norte. Esse empenho que perdurou por cerca de 15 anos gerou a publicação mais completa e atualizada sobre esses registros para a costa paulista (ver Santos et al., 2010 na aba de "Publicações Científicas").

Com o do LABCMA em 2011 no Instituto Oceanográfico da USP, iniciou-se uma inédita frente de pesquisa na costa paulista envolvendo a realização de cruzeiros oceanográficos pelos cerca de 600 km de sua extensão. Houve apoio da FAPESP entre 2012 e 2015 (processo 11/51543-9). O projeto visou mapear a ocorrência, distribuição e os movimentos de cetáceos pela costa do Estado de São Paulo (ESP). 

Um dos propósitos da condução de cruzeiros oceanográficos é identificar indivíduos de determinadas espécies de cetáceos por marcas naturais ao longo do tempo e do espaço. A ferramenta utilizada chama-se fotoidentificação. Ao subir para respirar, os cetáceos expõem a nadadeira dorsal que é a parte do corpo utilizada como cédula de identidade individual. No link a seguir você terá acesso aos catálogos de identificação individual confeccionados até o presente momento. Catálogo Photo-ID .

Parte considerável deste conhecimento foi compartilhado com a comunidade científica em artigos específicos voltados a esse público (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"), e em 2021 passou a figurar em capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural").

Com o enfoque em estudar cetáceos vivos a partir de 2018, novas frentes de investigação incluindo cruzeiros oceanográficos devem ser estabalecidas em breve.

 

Projeto Cruzeiros Oceanográficos

 

 

A biota de cetáceos na costa do Estado de São Paulo passou a ser melhor conhecida na década de 1990 quando três grupos de pesquisa passaram a relatar os dados de encalhes e avistamentos. O Projeto Atlantis, no sul do Estado, o Centro de Estudos sobre Encalhes de Mamíferos Marinhos (CEEMAM) em Santos, e o SOS Mamíferos Marinhos em São Sebastião, litoral norte. Esse empenho que perdurou por cerca de 15 anos gerou a publicação mais completa e atualizada sobre esses registros para a costa paulista (ver Santos et al., 2010 na aba de "Publicações Científicas").

Com o do LABCMA em 2011 no Instituto Oceanográfico da USP, iniciou-se uma inédita frente de pesquisa na costa paulista envolvendo a realização de cruzeiros oceanográficos pelos cerca de 600 km de sua extensão. Houve apoio da FAPESP entre 2012 e 2015 (processo 11/51543-9). O projeto visou mapear a ocorrência, distribuição e os movimentos de cetáceos pela costa do Estado de São Paulo (ESP). 

Um dos propósitos da condução de cruzeiros oceanográficos é identificar indivíduos de determinadas espécies de cetáceos por marcas naturais ao longo do tempo e do espaço. A ferramenta utilizada chama-se fotoidentificação. Ao subir para respirar, os cetáceos expõem a nadadeira dorsal que é a parte do corpo utilizada como cédula de identidade individual. No link a seguir você terá acesso aos catálogos de identificação individual confeccionados até o presente momento. Catálogo Photo-ID .

Parte considerável deste conhecimento foi compartilhado com a comunidade científica em artigos específicos voltados a esse público (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"), e em 2021 passou a figurar em capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural").

Com o enfoque em estudar cetáceos vivos a partir de 2018, novas frentes de investigação incluindo cruzeiros oceanográficos devem ser estabalecidas em breve.

Projeto Bioacústica

 

 

Ao longo de sua evolução, cetáceos reconquistaram o ambiente aquático. Os seus ancestrais e os cetáceos arcaicos tinham quatro pares de patas e, em milhões de anos de evolução, abandonaram o ambiente terrestre para passar toda a sua vida em ambiente aquático. Uma das principais mudanças nesta transição, e intimamente relacionada ao sucesso dos cetáceos como os principais mamíferos que conquistaram o ambiente aquático, está no complexo uso do som. Na água, o som se propaga cinco vezes mais rápido do que no ar e serve como veículo para o principal sistema sensorial utilizado pelos cetáceos: a audição. Em virtude desta relevância, aliada ao incremento da poluição sonora gerada pelos humanos em ambientes aquáticos, em 2014 foram iniciados estudos com acústica e cetáceos pelo LABCMA em 2014.

Inicialmente as investigações estiveram concentradas nas avaliações da detecção de cetáceos no litoral norte do Estado de São Paulo, e posteriormente se estenderam ao acoplamento de imagens obtidas por drones e captação de sons emitidos por botos-cinza no estuário de Cananéia, no sul do Estado de São Paulo. Parte deste conhecimento foi compartilhada com a comunidade científica em artigos específicos voltados a esse público (ver a sub-aba de "Publicações Científicas" nesta mesma aba de "Pesquisa"), e em 2021 passou a figurar em capítulos do ebook "Baleias e Golfinhos do Litoral Paulista: Estórias que Contam uma Bela História" (ver a sub-aba de "Livros Gratuitos" na aba de "Extensão Cultural").

Projeto Alcatrazes

Em 2012 foi dada a largada a uma iniciativa ímpar na história da pesquisa e conservação de cetáceos no Brasil. Diferentes atores envolvidos com um só o objetivo: a conservação da biodiversidade marinha no litoral norte paulista. Essa iniciativa visou conciliar a oportunidade que muitas pessoas têm de navegar pela costa do Estado de São Paulo com gerar informações importantes para a pesquisa e a conservação de baleias e golfinhos. Qualquer voluntário pode fazer parte dessa iniciativa com sua embarcação nos cruzeiros para o Arquipélago dos Alcatrazes, ou enviado comprovações de avistamentos para esta central de coleta e organização.

As expedições são agendadas com pelo menos dois meses de antecedência. Para serem realizadas, há a necessidade de confirmação ao menos dois dias antes do cruzeiro em função de possíveis instabilidades do clima. A centralização dessa operação se concentra no Iate Clube da Barra do Una (ICBU), com conexões ao Yatch Club de Ilhabela (YCI), dois dos mais importantes parceiros engajados na conservação da biodiversidade marinha. Em paralelo, há a supervisão do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em todas as expedições, para sempre zelar pela proteção dos recursos naturais. Em todas as expedições também contamos com a autorização da Marinha do Brasil (MB), a quem sempre são estendidos convites para a participação dos eventos. Por fim, a contribuição científica no tocante aos cetáceos cabe ao Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), representado pelo Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA), que capacita os monitores, alunos de graduação da própria instituição, a auxiliar no levantamento de dados científicos.

As expedições são constituídas de largada por volta das 8:00h da manhã com destino ao Arquipélago dos Alcatrazes em rotas pré-definidas e que abordem uma extensa área onde baleias e golfinhos podem ser avistados neste caminho. Ao avistar os cetáceos, os monitores irão coletar as informações necessárias e a embarcação fará contato com a sede para comunicar a todos o local do avistamento. Ao chegar no Arquipélago, é autorizado aos tripulantes realizar uma volta pelo mesmo para contemplar sua exuberante beleza, e todos devem ancorar no local indicado pelo ICMBio. Após ancorado, nado livre é autorizado nas proximidades da embarcação. O horário máximo de permanência vai até as 14:00h, quando o ICBU irá convocar a todos para o retorno.  O retorno se faz preferencialmente pela mesma rota da ida, continuando o trabalho de avistamento de cetáceos. Fotos e videos elaborados pelas tripulações serão solicitados pelos pesquisadores do IOUSP que irão proceder com a identificação das espécies.

Histórico de Expedições:

{slide-1=14 de abril de 2012|closed}

A primeira expedição envolvia uma previsão de tempo nublado, com sol reluzente no Arquipélago por volta das 14:00h. Dito e feito! Na viagem de ida, com o clima nublado e 20 embarcações com cerca de 130 participantes partindo do ICBU, a Ballerina inaugurou os avistamentos de cetáceos ao encontrar um grupo de golfinhos-pintados-do-Atlântico (Stenella frontalis) por alguns minutos, e depois por um grande grupo de golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus). Saltos efetuados pelos golfinhos os levavam a 3 metros para fora da água. Incrível cartão de visitas. Houve também avistamentos de baleia de espécie não identificada, avistamento de baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni) e a coleta de um petrel encontrado morto e boiando no mar. A viagem de volta contou com o aceno do sol de boas vindas ao programa, e com um avistamento final do boto-cinza (Sotalia guianensis) nas proximidades do ICBU. Foi uma bela estreia! Veja fotos na galeria.

{slide-1=21 de julho de 2012

A segunda expedição ocorreu em um sábado de inverno, porém ensolarado. Foram 14 embarcações participantes. Havia grande expectativa na ocorrência de espécies de baleias e também de aves marinhas migratórias. Albatrozes-de-bico-amarelo (Thalassarche chlororhynchus) e albatrozes-de-sombrancelha (Thalassarche melanophrys) foram avistados. Ao lado do Arquipélago dos Alcatrazes houve avistamento de golfinhos-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis), e peixe-lua (Mola mola). Aqui foi dada a largada para a confecção do catálogo de indivíduos identificados por marcas na nadadeira dorsal. O inverno também brindou a expedição com o avistamento de um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis) em Alcatrazes e no caminho de volta. Veja fotos na galeria.

{slide-1=06 de Outubro de 2012}

A terceira expedição contou com o apoio de 16 embarcações e cerca de 100 participantes. Houve avistamentos de baleia, possivelmente baleia-de-Bryde, e de golfinhos-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis) em atividade de alimentação, associados com petréis-das-tormentas (Oceanictes oceanicus). Houve registros fotográficos dos golfinhos predando um peixe chamado guiavira (Oligoplites saliens; Perciformes, Carangidae). Esses peixes chegam em média a 35cm, podendo chegar a 50cm, e ocorrem de Honduras ao Uruguai. Veja fotos na galeria.

{slide-1=19 de Janeiro de 2013}

Nesta expedição foram 22 embarcações participantes, saindo do ICBU, do YCI e da Marinas Nacionais. Na viagem de ida ao Arquipélago foram avistados tubarões-martelo e peixes-lua. Não, eles não são cetáceos, porém fazem parte de uma importante cadeia alimentar riquíssima encontrada na região. Na viagem de retorno a embarcação a presença de golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) na área Delta da ESEC foi notificada pela monitora Aline Boutros que fez ótimos registros fotográficos. Veja fotos na galeria.

{slide-1=02 de Março de 2013}

Com a participação de 20 embarcações partindo do ICBU e YCI, e totalizando cerca de 100 participantes, esta foi a única expedição sem avistamentos de cetáceos. Uma mudança brusca nos ventos provocando a formação de “carneirinhos” na superfície da água (espuma branca provocada pela quebra de pequenas ondas geradas pela ação dos ventos), dificultou aos tripulantes a procura e o avistamento de baleias e golfinhos. Foi um dia de sol que encorajou muitos dos participantes a vivenciar um ótimo banho de mar ao lado de suas embarcações. 

 

{slide-1=04 de Maio de 2013}

Cerca de 20 embarcações participaram partindo do ICBU e YCI,  totalizando aproximadamente 100 participantes. Uma experiência incrível foi vivenciada ao reportar a presença de cerca de 200 golfinhos-pintados-do-Atlântico bem ao lado do Arquipélago dos Alcatrazes. Um resultado importante para a pesquisa científica foi a catalogação de novos indivíduos reconhecidos por marcas naturais na nadadeira dorsal. Participantes desta expedição avistaram esses golfinhos tanto na viajem de ida quanto no retorno às marinas. Sol forte e mar calmo proporcionaram aos participantes inesquecíveis mergulhos livres. Veja fotos na galeria.

{/slides}